[Game Over]

[Game over]

Prólogo:

Minha visão está escura e está quente, aos poucos vou retomando minha consciência e percebo que não estou mais na escola.

Está escuro e parece que eu estou sentado em uma cadeira de ferro dentro de um tipo de sala com uma mesa na minha frente. Minha cabeça está doendo, não consigo me lembrar do que aconteceu antes do meu corpo apagar.

Eu escuto um som parecido com o estalar de dedos e logo em seguida uma luz amarelada se ascende no teto acima de mim.

— Mas o que significa isso? Onde eu estou?

Minha reação é instantânea e eu no momento em que me levanto da cadeira de ferro tentando entender o que está havendo, sou surpreendido por uma figura que surge do outro lado da mesa sendo iluminada por outra luz.

— Olá, Alan… ou devo chama-lo de Ryou? Seu nome é bem interessante garoto.

Uma mulher com cabelos brancos e um terno fala comigo sentada do outro lado da mesa.

— Que-quem é você!?

Eu dou dois passos pra trás. Ela sorri em resposta e me responde calmamente: — Você está muito assustado, sente-se um pouco, eu quero conversar um pouco com você, senhor Ryou.

Ela está me chamando pelo sobrenome de um jeito elegante, mesmo assim essa mulher não parece ser alguém muito confiável, seu sorriso de canto é um pouco debochado e parece me ameaçar indiretamente. A mulher estende sua mão fazendo um gesto para mim como se estivesse chamando um bicho.

— Sente-se, eu posso lhe dar as respostas, não irei fazer mal algum pra você. Eu prometo.

Parece que ela realmente está tirando uma com a minha cara. Que lugar é esse afinal? a iluminação é escassa e a única coisa que consigo ver é essa estranha mulher de cabelos brancos.

Talvez eu deva me acalmar um pouco, acabei perdendo minha postura depois de um acontecimento como esse… eu não sou nenhum robô ou coisa do tipo, mas acho importante sempre se manter com uma postura calma e confiante.

Eu calmamente me sento na cadeira novamente dando ouvidos a figura sentada na minha frente.

— Muito bem. Parece que você entendeu rápido, não é? de qualquer forma acho que devo explicações a você não é senhor Ryou?

— Eu acho que não há necessidade de me chamar pelo sobrenome.

Eu sou bem direto e costumo sempre ao máximo simplificar as coisas pra que eu não perca tempo com conversas inúteis, nesse caso, eu exijo explicações e muitas, mas é estranho de mais pra mim uma mulher que nem conheço me chamar pelo meu segundo nome, ninguém costuma fazer isso na verdade.

Ela cruza suas pernas e põe um pequeno chapéu de aba preta na cabeça, dando um charme a mais para sua aparência. Parece que ela quer me convencer de que não é alguém ruim… infelizmente eu sou muito mais difícil de se fisgar do que isso.

— Bem. Você lembra que recebeu aquela mensagem em seu celular, não é? vários jovens de diferentes escolas receberam essa mensagem. Vocês foram todos selecionados para serem os primeiros estudantes a participarem do Game Over.

— Eu achei o nome meio brega… mas sim, eu recebi essa mensagem mas isso não responde todas as minhas perguntas.

— Oooh como você é direto Ryou. Me impressiona que um garoto de apenas dezesseis anos como você consiga se manter tão calmo após um incidente como esse.

Ela sorri como se estivesse me elogiando. A mulher apoia seus cotovelos em cima da mesa pondo suas mãos em baixo do queixo enquanto me observa com olhos interessados.

— Você está preso Ryou, você e todo o resto dos estudantes da sua escola, todos terão que dar um jeito de sair daqui, isso por meio de exercícios que irão testar seus psicológicos e físicos também, esse é o Game Over.

Isso não é real é? só pode ser uma brincadeira de puro mal gosto, ninguém acreditaria nisso.

— Espera que eu acredite nessa historinha? — Digo isso com uma expressão duvidosa em meu rosto.

— Está duvidando das minhas palavras? Tudo bem, acho que terei que lhe mostrar.

Ela se levanta da cadeira calmamente e do bolso do seu terno tira um pequeno controle com alguns botões.

A mulher aperta um dos botões do pequeno controle ascendendo várias luzes que rapidamente iluminam toda a sala. É um cenário limpo e as paredes são brancas, o chão é como um tabuleiro de xadrez, totalmente listrado.

Em uma das paredes atrás dela, há três grandes monitores que exibem uma tela chiada sem sinal.

— Observe aqueles monitores, neles serão exibidos o número de pontos que cada um de vocês ganha após alguma provação.

A imagem nos monitores se forma mostrando uma gigantesca lista de nomes e números ao lado de cada um deles. No mesmo momento eu percebo a semelhança entre a mensagem que eu recebi no meu celular e essa grande lista e com isso começo a rapidamente ligar os pontos.

— Então isso quer dizer que…

— Sim, isso tudo é real. Como eu já disse, não foram só os alunos da sua escola mas sim de todas as escolas do país, todos vocês serão divididos em grandes grupos e postos em locais diferentes onde poderão passar sua estadia até conseguirem sair desse grandioso jogo.

É tão doido e sem sentido que se torna difícil de se acreditar. Eu ponho minha mão sobre minha testa ainda tentando não enlouquecer com tudo o que eu estou ouvindo e vendo.

Fecho meus olhos e respiro fundo tentando manter o controle.

— Isso é tudo então? — Minhas palavras são um pouco aliviadas.

— Não tem mais perguntas? Uau, você é um garoto bem interessante Ryou. Bem, na verdade ainda tem muita coisa que você não sabe, mas deixarei isso para a hora certa, por enquanto lhe darei a liberdade de sair da sala branca, fora dela lhe passaremos as regras e tudo o que for necessário saber. As informações serão mandadas nesse celular.

Um celular? Um lugar onde todos ficarão presos… isso tudo se parece com um grande clichê de ficção sem contar que eles ainda forneceram celulares para todos os estudantes.

Teriam que ter muito dinheiro pra fazer uma coisa louca como essa, e qual é o objetivo disso tudo? Se eu ligar os pontos apenas o governo poderia estar por trás de algo assim, não imagino ninguém além do próprio governo fazendo algo desse tipo.

— Não sei se isso tudo é o suficiente pra me fazer acreditar em você e se devo realmente seguir o que você está me falando, mas tudo bem, me dá isso aí.

Eu pego o celular na mão dela que em resposta sorri de um jeito estranho como se estivesse empolgada e então, a mulher de cabelos prateados começa a andar em direção a uma porta preta abaixo dos grandes monitores.

— Me acompanhe senhor Ryou.

Eu realmente não sei o que estou fazendo, eu sequer tenho escolha? Fui jogado aqui do nada com poucas respostas e muitas dúvidas. Acho que o objetivo dela desde o início era me fazer seguir mesmo com essas dúvidas, talvez eu consiga mais repostas quando sair dessa sala estranha.

No momento em que a porta se abre minha visão é tomada por uma forte luz branca, foi nesse momento em que finalmente a ficha havia caído… minha vida mudaria por completo a partir dali.

Capítulo 1: Spam na caixa de mensagens.

8 de outubro de 2010. Essa é o dia exato onde tudo isso aconteceu, foi tudo tão repentino que eu mal pude controlar minhas próprias emoções.

Eu acordo as exatas nove horas da manhã, o clima está quente e o som irritante de cigarras é sempre escutado do lado de fora de casa. Hoje é apenas mais um dia normal… ou foi isso que eu pensei no momento.

Me levantando da cama e fazendo alguns minutos de exercícios físicos eu me dirijo para tomar meu café e logo em seguida me arrumar para ir para a escola. É uma sexta feira então grande parte dos estudantes faltam… eu não entendo muito bem o motivo disso, na minha opinião aqueles que faltam apenas para fazer coisas idiotas como ”se divertir ” são todos tolos, mas compreendo que ir pra escola em um dia como esses não é muito empolgante.

— Mais um dia… — Eu digo isso enquanto me levanto da cama dentro do meu quarto abafado.

A escola é um ambiente um pouco difícil pra alguém como eu, eu até mesmo recebi o carinhoso apelido de ”o garoto sem rosto. ”.

Isso devido a minha expressão facial que grande parte do tempo é a mesma, desde que acordo até quando vou dormir.

Sinceramente, eu não acho que seja um problema ser assim, quando alguém me insulta eu continuo com o mesmo rosto, quando alguém me elogia eu também continuo assim, é como um mecanismo de defesa muito efetivo.

Não quero ser o cara frio da parada… eu só não consigo sorrir ou sentir felicidade em nada depois que certas coisas aconteceram comigo no passado, mas isso não é algo que eu gosto muito de me lembrar.

Ultimamente estou tentando ser mais empático com as pessoas ao meu redor.

É um pouco difícil, mas é por uma boa causa, eu não quero viver minha vida totalmente solitário. Eu acho que sinto uma leve curiosidade em saber como é amar alguém, mas pra isso preciso superar o meu trauma.

Acho que a única pessoa que eu posso dizer que consigo sentir algo parecido com ”amar ” é o meu pai, mas ele nunca esteve muito presente em casa então não é lá aquelas coisas.

De qualquer forma, no momento em que eu preparo o meu café e me sento na mesa o meu celular que também está em cima dela vibra sem parar, eu normalmente o deixo no silencioso, j

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